30/11/2021 às 08h39min - Atualizada em 30/11/2021 às 08h39min

Vale do Jequitinhonha abre roteiro turístico com 170 KM de trilhas

Trajeto percorrido pelo naturalista Saint-Hilaire há 200 anos na Serra do Espinhaço vira rota a ser explorada a pé ou de bike

Estado de Minas
Cidade do Serro no Alto Vale do Jequitinhonha
Trilhas de história, riquezas naturais e diversão e gastronomia. No início do Século 19, mais precisamente entre 1816 e 1822, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire esteve no Brasil e percorreu paisagens à época inexploradas na Serra do Espinhaço em Minas Gerais. Agora, o percurso integra projeto turístico que possibilita aos visitantes conhecer todas as belezas e o modo de vida simples da região, se deslocando por trilhas. Nessa volta no tempo, o caminho é feito a pé ou em bicicleta, por trilhas, como há 200 anos, sem “modernidades” como carro.


Batizada como Caminho Saint-Hilaire – CaSHi, a rota tem 170 quilômetros entre Conceição do Mato Dentro e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, marcada por paisagens deslumbrantes, cachoeiras, mirantes e lugares pitorescos que conservam o casario do período colonial.E se encarar a extensão da trilha a pé é uma aventura, o contato com os tudo que está no seu entorno é puro deleite.


Na região da Serra do Espinhaço, colocar o pé na estrada é ter diante de si tudo o que a natureza oferece e ainda a oportunidade de conhecer – e experimentar – as potencialidades da gastronomia da região. No destaque, o famoso queijo do Serro, os aromas dos vinhos finos de Diamantina – sim, a terra de Juscelino Kubitschek também produz a bebida extraída da uva, assim como se destaca pela vesperata, seresta e pelos tapetes arraiolos, junto com suas igrejas e outros atrativos que a transformaram em patrimônio cultural da humanidade.


“O projeto Caminho Saint-Hilaire foi planejado para estimular o turismo por meio da conservação da natureza, do patrimônio histórico e cultural da região”, define o turismólogo Luciano Amador Santos Júnior, presidente do Instituto Auguste de Saint-Hilaire. A entidade foi criada para gerir e implementar o projeto homônimo, idealizado por Amador.


 
O turismólogo explica que a rota é explorada com a formação de grupos de 10 a 15 pessoas que percorrem os 170 quilômetros a pé durante cerca de 10 a 11 dias, com 10 quilômetros de caminhada por dia, em média, e paradas em cachoeiras e outros pontos encantadores, pernoitando em pousadas nas comunidades situadas ao longo do percurso.
 
 
Luciano Amador detalha que o roteiro começa em Conceição do Mato Dentro, passando pela Cachoeira do Tabuleiro, a maior queda d água de Minas Gerais, com 176 metros, e terceira mais alta do Brasil, sendo também considerada uma das mais bonitas do país. Ainda no município de Conceição do Mato Dentro, um ponto de visita é o distrito de Córregos, seguindo pela comunidade de Tapera (no mesmo município), até alcançar Itapanhoacanga, distrito de Alvorada de Minas.
 
 
Na sequência, integram o “Caminho Saint-Hilaire” as localidades de Mato Grosso e Riacho da Porta – no município do Serro –, a cidade do Serro, Condado, Três Barras, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. Por último, os caminhantes passam pelas localidades do Vau, Capão Maravilha e Extração, antigo Curralinho, no município de Diamantina, até chegar à sede urbana da terra de JK.
 
 
“O Caminho Saint-Hilaire é um turismo de base comunitária. Queremos levar o viajante a vivenciar os saberes e fazeres, as coisas simples e pitorescas das comunidades, aliadas à apreciação das belezas naturais do Cerrado e dos campos rupestres”, afirma Luciano Amador. Ele salienta que o projeto abrange o trecho da reserva da biosfera da Serra do Espinhaço e interliga dois importantes circuitos turísticos: dos Diamantes e do Parque Nacional da Serra do Cipó. Por essa razão, foi inserido na “Via Liberdade”, rota turística que abrange belezas históricas e culturais de Minas, Goiás, do Distrito Federal do Rio de JaneiroAo percorrer a rota entre Conceição do Mato Dentro e Diamantina, o turista poderá conhecer também a medicina tradicional praticada nos povoados da região, envolvendo as benzedeiras, raizeiros, terapias holísticas e hervanarias (plantas medicinais).
 
No tocando à culinária, os visitantes podem experimentar a comida caseira feita em fogão a lenha e saborear quitandas e doces. Um destaques do roteiro é a possibilidade de conhecer a gastronomia do Serro, terra de Dona Lucinha – nome de batismo Maria Lúcia Clementino Nunes–, uma das maiores estrelas da cozinha mineira, fundadora da rede de restaurantes com o seu nome, falecida em abril de 2019, aos 86 anos. “O Serro é o berço da culinária mineira”, afirma Luciano Amador, destacando também o famoso queijo artesanal da região, produzido há mais de 300 anos.
 
O custo, aliás, investimento, por pessoa para trilhar a rota turística na região de Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina é de cerca de R$ 200 por dia, considerando alimentação e hospedagem. O passeio é planejado e acompanhado por guias, com o atendimento por meio de duas agências de turismo credenciadas.

 
MOUNTAIN BIKE




 Além de percorridas a pé, as trilhas do “Caminho Saint-Hilaire” também é opção passeios de bicicletas.

O coordenador Luciano Amador explica que o projeto está sendo estruturado para implantação de trilhas voltadas para os praticantes do cicloturismo (mountain bike) e ecoturismo (trekking) com a sinalização rústica da “pegada direcional da trilha”, conforme diretrizes da Rede Brasileira de Trilhas um Programa do Ministério do Turismo, por meio do financiamento de edital da WWF Brasil, Ministério do Meio Ambiente e Instituto Estadual de Florestas de Minas Geris (IEF/MG).

O Projeto Caminho Saint-Hilaire conta com apoio da Embaixada da França no Brasil, por meio do seu Consulado em Minas Gerais. Tem ainda a parceria da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), IEF/MG e a Rede Brasileira de Trilha de Longo Curso.

 
No tocando à culinária, os visitantes podem experimentar a comida caseira feita em fogão a lenha e saborear quitandas e doces. Um destaques do roteiro é a possibilidade de conhecer a gastronomia do Serro, terra de Dona Lucinha – nome de batismo Maria Lúcia Clementino Nunes–, uma das maiores estrelas da cozinha mineira, fundadora da rede de restaurantes com o seu nome, falecida em abril de 2019, aos 86 anos. “O Serro é o berço da culinária mineira”, afirma Luciano Amador, destacando também o famoso queijo artesanal da região, produzido há mais de 300 anos.
 
 
O custo, aliás, investimento, por pessoa para trilhar a rota turística na região de Conceição do Mato Dentro, Serro e Diamantina é de cerca de R$ 200 por dia, considerando alimentação e hospedagem. O passeio é planejado e acompanhado por guias, com o atendimento por meio de duas agências de turismo credenciadas.
 

Serviço:Caminho Saint-Hilaire

 
 Para agendar passeios
– Agência Sertão Espinhaço (Sertaoespinhaç[email protected]) – tel. (38) 99941- 0044 e Agência Caiporas Turismo – (38) 99994-0450
 
 
Onde ficar
– Pousada do Garimpo (www.pousadadogarimpo.com.br), telefone (38) 3531 2782– Pousada Reliquias do Tempo (www.pousadareliquiasdotempo.com.br, telefone (38) 3531 1267
 
 
Onde comer
 
– Restaurante Angu Duro, em Milho Verde, telefone (38) 98828-2322
 
Onde comprar
 
Artesanato: Treliça Artesanato – Rua Macau do Meio, 238, DiamantinaPlanta medicinais: Ervanaria Marcos Guião (www.ervnariamarcosguiao.com) – São Gonçalo do Rio das Pedras – (38) 98823-6119
 
Mais informações
 
www.caminhosainthilaire.com.br (sobre o caminho)https://caminhosainthilaire.com.br/livro/ (sobre o e-book)
 
 

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