Construído em meados do século XX, casarão é alvo de disputa judicial.
A novela sobre um antigo casarão de dois andares, que está em ruínas em Araçuai,(MG) e à espera da restauração, ganhou mais um capítulo. O Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, aprovou no final da tarde desta segunda-feira (21) o aumento do teto de R$ 254 mil para contratação de uma empresa especializada para fazer a contenção do telhado do imóvel, com estruturas de ferro, para que o mesmo não desabe por completo.
Segundo Luciano Tanure, diretor municipal de Cultura e Patrimônio, nenhuma empresa especializada em restauro, aceitou participar da licitação, em decorrência do baixo valor destinado à obra. Com a aprovação do teto, será feito um novo cálculo do valor da obra e abrir nova licitação.
“ Trata-se de um recurso específico do IEPHA- Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de MG e que é feito a partir da pontuação do ICMS Cultural do município. Quanto mais este recurso é utilizado, mais aumenta a pontuação e o recurso”, explicou Luciano Tanure.
Ele disse ainda que existe uma cobrança grande em torno desse edifício, porém, o procedimento de restauração é burocrático. “As pessoas dizem que ninguém faz nada. Mas está sendo feito. Para isso, temos normas a seguir, não podemos passar por cima delas. Caso contrário, seremos penalizados”, disse.
Tanure informou que o município tem interesse em realizar a restauração, mas se trata de uma empreitada a longo prazo, que requer diversas etapas.. “Não existe um histórico completo e adequado desse bem para realizar o restauro. É preciso contar toda a história, quais foram os moradores, quando foi construído, documentação,qual material foi utilizado na construção, entre outros fatores”, justificou. Além disso, não será uma simples reforma. “Já temos o projeto., É preciso contratar uma empresa e fazer o estudo do material para saber se está disponível e a possibilidade de fabricá-lo”, explicou.
O casarão é tombado há 14 anos pelo município, como patrimônio histórico. O prédio, em estilo eclético, fica localizado na praça Waldomiro Silva, antiga praça das Lojas.
O imóvel é alvo de disputa judicial há 15 anos. O processo se arrasta na Justiça para determinar quem realmente é o proprietário do local. No inicio da disputa, a prefeitura depositou em juízo, R$ 15 mil para garantir a compra.
Com isso, o imóvel vai se deteriorando, vítima da ação do tempo e de vândalos que já furtaram portas, janelas, madeiramento do piso, entre outros. O telhado está desabando e há muito lixo e entulho no entorno.
Em abril último, por determinação do Ministério Público, a prefeitura chegou a instalar tapumes em volta do edifício. Dias depois, todo o material foi furtado.
O prédio, construído nas primeiras décadas do século XX, está em ruínas. Não existe uma planilha de custos sobre o valor da obra. No entanto, especula-se que a restauração completa pode chegar a R$ 2 milhões.