20/12/2021 às 14h36min - Atualizada em 20/12/2021 às 14h36min
Desligamento de turbinas obriga Usina de Irapé a verter água, após grande volume de chuva.
Cemig não informou quando a Usina retornará à sua normalidade e garante que não há risco quanto à segurança da barragem.
Cemig abriu o vertedouro da Barragem de Irapé, após desligamento das turbinas. As chuvas que caíram na região neste domingo (19), levou a Usina Hidrelétrica de Irapé, localizada entre os municípios de Berilo e Grão Mogol, interromper a geração de energia e a necessidade de abertura mínima do vertedouro.
De acordo com nota divulgada nesta segunda-feira, pela Cemig, desde às 20h do dia 18 de dezembro, até às 10h deste domingo, (19) a precipitação de chuva acumulada chegou a quase 200 milimetros na região do empreendimento.
A quantidade de chuva causou a queda de barreiras na região de acesso à usina, na margem direita do rio Jequitinhonha, bem como obstruiu as saídas da drenagem da casa de força.
Ainda segundo a CEMIG, Isso ocasionou a necessidade de desligamento das três unidades geradoras, interrompendo o fluxo de liberação de água no rio, que estava no patamar de 50 metros cúbicos por segundo , ou seja, 50 mil litros.
“ Para manter a perenização do rio Jequitinhonha, a Cemig procedeu pela abertura mínima do túnel extravasor. Essa abertura é feita no patamar de 230 metros cubos por segundo ( 230 mil litros/s), valor inferior ao limite de início de inundação dos municípios ribeirinhos.
A Cemig destaca que apesar do evento chuvoso de grande volume, o reservatório de Irapé ainda apresenta impactos da crise hídrica dos últimos anos, registrando, no momento, um armazenamento de apenas 33%. Ou seja, o vertimento atual é praticado apenas com o intuito de manter o rio Jequitinhonha perenizado, garantindo a vida aquática e demais usos da água.
Além disso, os impactos das chuvas se restringiram à região da estrada de acesso da usina e de sua casa de força, onde ocorreu início de alagamento. "Não há qualquer preocupação ou risco quanto à segurança da barragem de Irapé"-garante a Cemig.
A nota esclarece ainda que a operação da usina manterá o vertimento no patamar de 230 mil litros por segundo até que seja solucionado o problema quanto à drenagem da casa de força e avaliada a condição das unidades geradoras. Não há impacto para o suprimento energético das cidades da região, que é mantido pela malha de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A Cemig mantém contato com as Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil dos municípios de Berilo, Grão Mogol, Josenópolis e Virgem da Lapa, bem como com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
VEJA VÍDEO DO VERTEDOURO:
https://drive.google.com/file/d/1ScT63Do8fg-ecaw3zAi3TLeErgiFdwyN/view?usp=sharing
"É preocupante a abertura do vertedouro do lago de Irapé nesse momento de reservação de águas. A represa esta com apenas um terço da sua capacidade e espera-se que os problemas que motivaram a abertura intempestiva da comporta seja logo resolvido pela Cemig para garantir elevação do volume em Irapé", disse o engenheiro Josias Gomes Ribeiro Filho, membro titular do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e representante dos municípios das bacias dos rios Jequitinhonha e Pardo.
Para ele, a medida foi necessária, urgente e excepcional. " Espera-se que o problema seja logo resolvido visto que o lago está vazio e não estão nos planos lançar 230 metros cúbicos por segundo pelos vertedouros. Muito importante que a Empresa tire lições dessa situação da inundação das casas de maquinas que é não é habitual.
Inaugurada em junho de 2006, Irapé tem capacidade instalada de 360 MW e possui uma barragem mais alta já construída no Brasil e a segunda da América Latina, com 205 metros, com capacidade para iluminar uma cidade de 1 milhão de habitantes.
Sérgio Vasconcelos
Repórter